Micro e pequenas empresas são as principais beneficiadas com recursos do Fundo Geral do Turismo (Fungetur) que, por meio de taxas e juros diferenciados, disponibilizou R$ 5 bilhões para empreendedores do setor do turismo. Elas representam 9 em cada 10 empreendedores beneficiados com a linha de crédito. O resultado dos cerca de R$ 1 bilhão contratado desde o ano passado é a manutenção de mais de 48 mil empregos diretos no setor de todo o país.
O Ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, destaca que os recursos também estão disponíveis para médias e grandes empresas que, em muitos casos, foi determinante para evitar que elas fechassem às portas em definitivo. "O Fungetur é uma conquista de milhares de empreendedores do setor de turismo brasileiro que, através do crédito disponibilizado por nós, conseguiram um fôlego para enfrentar o dia a dia de suas empresas e não fechar as portas, mantendo, assim, o emprego de milhares de trabalhadores brasileiros", destacou Machado Neto.
"Na minha idade, se eu perco o emprego, onde eu vou encontrar outro serviço", indaga o padeiro Dário Ribeiro, que trabalha há 12 anos na centenária Casa Valduga, localizada em Bento Gonçalves (RS), no vale dos Vinhedos. Considerada uma das principais vinícolas do país, a Casa Valduga foi uma das instituições contempladas com a liberação do crédito pelo Ministério do Turismo, em 2020. Estes recursos contribuíram para a manutenção do emprego de pelo menos de pelo 300 funcionários da vinícola que, diante da pandemia de Covid-19, interrompeu as atividades de visitação a turistas.
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Vinícola Valduga no Rio Grande do Sul - Imagem: Reprodução Internet
A mais de 3 mil KM de lá, Jositânia Ramires é guia de turismo em Maceió (AL) e, por conta da pandemia, teve que buscar uma fonte alternativa de renda. "Eu tive que vender frutas para sobreviver". Aguardando o momento em que poderia retornar à profissão de guia de turismo, Jositânia conseguiu, através do Fungetur, recursos para continuar pagando seu veículo financiado. "Eu levo os turistas para conhecer coisas lindas, belezas naturais, eu levo a minha alegria, eu levo a minha cultura, eu levo a minha história e a do meu estado e do meu país", conta a guia de turismo.
Pesquisas mostram que Maceió figura entre os sonhos de brasileiros e estrangeiros.
Também na capital alagoana, Anderson Rodrigues, que possui uma agência de turismo, comemora o acesso à linha de crédito do Ministério do Turismo. "Eu acho que a palavra mais adequada a situação foi extrema agonia. Esse dinheiro foi, em primeiro lugar, para reativar as atividades da empresa. E a questão de saldar esse crédito, graças a Deus, o planejamento está bem dentro das condições", diz o guia de turismo e empresário.
Os recursos do Fungetur foram liberados por meio da MP 963/2020 e podem ser usados tanto para capital de giro das empresas - dinheiro necessário para bancar o funcionamento - tanto para aquisição de bens, como máquinas e equipamentos. Podem ser aplicados ainda em obras de construção, modernização e ampliação para a retomada das atividades, além de reformas em geral em empreendimentos paralisados pela pandemia. A linha com taxas (até 5% ao ano, acrescida da Selic) e prazos (até 240 meses) diferenciados para apoiar o setor do turismo. "Estes recursos foram fundamentais para capitalizar empreendimentos e socorrer o setor quando muitas atividades foram paralisadas. Mas é muito importante também para o cenário de retomada das atividades, porque estes recursos irão contribuir com a preparação dos empreendimentos e atrativos turísticos", pontua o diretor do Departamento de Atração de Investimentos, João Daniel Ruettiman. Para acessar a linha de crédito, os empreendedores que atuam no setor de turismo precisam ter registro da Cadastur (Cadastro nacional de pessoas físicas e jurídicas do setor) e procurar uma das instituições financeiras credenciadas a operar o Fungetur. As instituições financeiras, por sua vez, farão a análise dos pedidos e a aprovação da liberação dos recursos.
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