Afoxé Filhos do Congo fará participação em festival na África à convite de rainha

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                Diambi Kabatusuila, Rainha da República Democrática do Congo, (foto abaixo e acima), veio ao Brasil para curtir o carnaval em 2019, ao lado do Afoxé Filhos do Congo.

            A visita acabou rendendo um convite para o grupo se apresentar no 'Festival Kwango', que acontecerá em agosto deste ano no país africano, nas províncias de, Kenge, Muanda e na capital, Kinshasa


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                "O enviado que faz acontecer"


                    De origem 'Iorubá', Afoxé quer dizer, 'O enunciado que faz acontecer'. O ritmo nascido no estado da Bahia, tem relações e raízes bem íntimas com a África. É produzido ao som de um conjunto de instrumentos, que vem ganhando cada vez mais espaço nos outros estados brasileiros e até fora do pais. 

                    O Afoxé 'Filhos do Congo', surge em 1979, sobre a liderança de Ednaldo Santana dos Santos,  o Nadinho do Congo. Mas a história do Filhos do Congo é transcendente, advém do 'Congo D'África' que fora criado em 1920. 


                 Nadinho do Congo, falou ao blog sobre o convite feito pela Rainha em sua passagem por Salvador, um ano antes da Pandemia de Covid-19. De acordo com o professor e músico, uma relação estreita com o país africano sempre existiu, assim como a vontade eminente de conhecer as raízes. 

                "A proposta deste convite surge quando a Rainha Diambi Kabatusuila teve aqui no carnaval (2019), ela perguntou se a gente já tinha conhecido o Congo (país). Eu disse a ela que a gente já conheceu pessoas no Congo. Como o presidente da República Democrática do Congo, aproximadamente uns 40 anos atrás, quando ele esteve aqui (Salvador), fazendo um laço de cultura entre Bahia e Congo". 
         "Na época o governador que fez o convite, que fez essa ligação, foi o Antônio Carlos Magalhães (foto - reprodução internet). E nós fomos convidados para recepcioná-lo na antiga faculdade de medicina, com apresentação de dança. Sempre fomos convidados para conhecer o Congo, mas todas as vezes que tivemos o convite para ir acontecia algo... Na primeira vez, teve uma guerra (Congo) e não podia viajar ninguém diante da guerra civil que estava acontecendo. Depois deste tempo da guerra, quando a gente se preparava para viajar, apareceu o Ebola (doença). Foi uma doença que não foi brincadeira, ai suspendeu da gente poder fazer a viagem". 

A Associação fundou a 'Rota Afro Congo Baía', que em breve será destaque no canal e no blog
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            Mas a esperança de conhecer o país, que podemos chamar de pátria mãe, sempre existiu. "À partir daí, nós não tínhamos perdido a esperança e acontece agora pela terceira vez né, com a rainha, que vem à Salvador, conhece através da nossa página e a gente termina se encontrando e tudo acaba dando no que está dando agora (convite). Ela veio no carnaval, nós assumimos aqui a sua estádia, com a segurança que nós tivemos e pudemos dar e ela e disse que nós precisávamos conhecer a nossa terra lá e isso foi importante. E agora chegou  o momento desse convite acontecer, quando nos deixa em grande satisfação e emoção, zelar pelo nome desse país, lá do continente africano e sem conhecer especificamente a terra de lá"

                Mesmo não conhecendo o país, Nadinho pontuou que pessoas ligadas ao Congo, fazem parte da vida dos Filhos do Congo. 

" Eu conheço pessoas como uma amiga que nós temos, que me apresentou o presidente na época que veio, que é a professora Muewa, juntamente com seu marido que se chama, Muleka, e que se encontra aqui no Brasil. Mas a gente sempre teve uma ligação na questão musical, de falar do país, porque a gente gosta. Sabemos do sofrimento e agora estamos muito mais próximos, com esse conhecimento com a nossa rainha. Então a importância nossa é essa. Nós fomos convidados para esse festival por ela, que é a representante oficial, criadora do evento. E por conta disso nós estamos aqui, batendo com a cabeça, buscando suporte, buscando apoio e se preparando". 

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            Nadinho confidenciou, que está em busca de apoio para levar seus músicos ao país, para uma apresentação mais distinta. Na comitiva junto com o fundador do Afoxé, está outras três pessoas, convidadas exclusivas do reinado congolês. Entre elas a presidenta do Afoxé Filhos do Congo, Lindinalva Silva

Lindinalva Silva é a presidente do Afoxé Filhos do Congo

            A ideia de Nadinho do Congo é levar outros seis músicos para a apresentação do Afoxé baiano. 

            "Essa participação do Afoxé Filhos do Congo, que tanto fala e representa a República Democrática do Congo aqui no Brasil, na Bahia. Especificamente em Salvador a terra da música ou seja, a cidade da música e músicas de preservação do Continente Africano. Estamos aqui preparado a musicalidade, a dança eo trabalho percussivo que a gente faz".  


            Nadinho,  que também é mestre de capoeira, diz que o festival será inclusive de grande valia para melhorar o conhecimento sobre a República do Congo, que tem uma relação de ancestralidade bem direta com o nosso país.   "Conhecer mais um pouco da nossa terra, pra poder expandir com carinho especial o que nós temos aqui dentro da linguagem, da cultura do Afoxé, da cultura Congo, nos bantos (grupo de povos distribuídos pela África), conhecer realmente o que é lá esse festival, conhecer novas linhas, novos parâmetros para poder  trazer de volta para a terra chamada Brasil, que abrigou e abriga uma quantidade de negros vindos do Continente Africano, da sua contribuição no Brasil e no mundo", frisou.  


                "Então isso que nós pleiteamos como representante, como criador da terceira geração do Afoxé Filhos do Congo.  Porque os primeiros criadores foram os descentes do Congo e essa parte que chega pra mim, veio através dos guias que me conduz até hoje, durante 42 anos, falando desse país, falando dessa história. Talvez quando eu falo dele, eu falo do sofrimento que no nosso país teve, das guerras que tiveram, das doenças que tiveram. Então essa Associação Comunitária e Recreativa do Afoxé Filhos do Congo, quer manter a história viva de um país que contribui muito com o Brasil.  E é por isso que será de grande importância se nós pudermos fazer essa viagem, como estamos preiteando, levando a banda, inclusive você que é nosso convidado para fazer a parte de cobertura jornalística do nosso trabalho. Do Brasil ao Congo, do Congo ao Brasil, especificamente a Bahia". 
 
Prevista para acontecer em agosto deste ano, o 'Festival Kwango', irá atrair grupos de várias nacionalidades, como contou Joseph Mukenzi. "É com grande satisfação que recebemos a 2º edição do 'Festival Kwango - Terra dos Encontros - Festival Pan-Africano'. Terá presença de grupos que devem vir dos quatro cantos do mundo. O Festival Kwango ocorrerá no dia 14 a 21 de agosto de 2021, nas três provincias da República Democrática do Congo, Kwango, Kongo-Central e Kinshasa".
 

            De acordo com Joseph, há necessidade dos participantes realizarem o teste de Covid-19, isolamento e uso de máscaras. Uma reunião que acontecerá no início do mês de agosto, irá discutir se a data será realmente mantida. 

Roger Ribeiro

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Twitter     - @OfcRogerRibeiro                                         

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