Será possível encontrar tubarão praticando mergulho de batismo???
Vídeos de mergulho tem crescido no canal.
E eu...
Sou grande incentivador da prática, sempre estimulando, faça!
Sei que dá um certo medinho...
Já tive e muito!
Inclusive já contei neste blog e diversas vezes no Instagram e até lá no canal.
Também mencionei aqui, em um post, sobre os inúmeros benefícios que o mergulho traz (Benefícios do mergulho), entre eles, aliviar o estresse, tensão, melhora na capacidade pulmonar, favorecimento na tonificação muscular e muito mais.
Fora o fato de fazer algo que você nunca fez, ter uma nova experiência e contato com a vida marinha de perto.
Sem agredir o meio ambiente.
A experiência é unica!
Volto a falar... eu tinha muito medo!
Tentei 3 vezes mergulhar. Na última, ouvi do meu instrutor um conselho que foi primordial e fez todo o efeito, "Busque o sim, o não você já tem, vamos no seu tempo", pronto Robson Oliveira, lá da Submerso, de Salvador, conseguiu.
Mergulhei e quando voltei, já queria ir para o mar novamente.
Sempre ouço quando menciono sobre mergulho, "Que coragem", "É lindo mas eu tenho medo", "Isso não é para mim", "Deus me livre, imagina se eu encontro um tubarão", acredite tudo isso eu já pensei e disse.
E essa última frase, fez muita parte do meu imaginário, da minha subjetividade.
Confesso que o medo ainda me ronda, muito menos do que antes, porque busquei informação, informação como estou compartilhando hoje com você.
O medo ele é necessário, porque ele nos freia para atitudes impensáveis, para nossa sobrevivência. Mas tem que haver um equilíbrio e o perdemos quando buscamos informação.
Informação correta!
O medo é real, mas a possibilidade de se encontrar com um tubarão praticando mergulho, é quase nula.
Em 2019, antes de um novo mergulho no Porto da Barra, em Salvador, novamente com a Submerso, chamei Robson para uma entrevista no canal.
A conversa estava focada nas dúvidas e perguntas feitas através do meu Instagram @rolecomroger
E foram muitas as dúvidas, porém, a maioria se resumia justamente, no medo de encontrar com o animal, no mar.
O medo se reflete pelo ataques de tubarões, que tem se tornado frequentes no país.
Só em 2019, mesmo ano da entrevista no canal, foram 66 ataques no Brasil.
De fato assusta, mas o próprio Robson, que é biológo, mergulhador profissional e professor de mergulho, esclarece sobre o pânico popular. Ele dá dicas para o que fazer, caso aconteça esse desagradável encontro, para a maioria das pessoas.
"O que acontece com o tubarão é um seguinte. O cinema fez algo ruim em relação a isso. Os tubarões são bichos maravilhosos, muito dóceis, se você souber interagir, como qualquer outra espécie marinha. Em muitos lugares fora do Brasil, tem a procura de mergulho com tubarões, gera muito recursos para esses lugares. Em relação a tubarões, eles não atacam mergulhadores, muito difícil! É estatístico! Morre mais pessoas no mundo com a queda de um coco, do quê com ataque de tubarão".
E Robson tem razão.
Em uma busca rápida no Google é possível observar o pouco registro de ataques, já que milhares de mergulho são feitos no Brasil e no mundo, o tempo inteiro.
As únicas passagens que encontramos foram, no Egito em 2019, no Mar Vermelho, onde um mergulhador ficou gravemente ferido, após ser mordido por um tubarão galha branca.
Já em 2020, quase um ano depois do incidente no Egito, um outro ataque. Agora com um tubarão branco, de 4,5 m, que invadiu uma gaiola com mergulhadores. Apesar do susto, os quatro profissionais conseguiram sair do local, sem ferimentos, até o barco que os esperavam.
Um incidente com morte, aconteceu na Austrália, na costa de Queensland, em 2020. Um jovem mergulhador profissional de 20 anos, feleceu após sofrer um ataque do animal.
Diversos sites especializados em mergulho, citam a raridade de ataques como os descritos ocorrerem, principalmente em mergulho de batismo (mergulho recreativo).
Robson revela que o animal comete mais ataques na superfície.
"O tubarão é um bicho muito de pegar na superfície", ele então recomenda. "A recomendação que a gente tem é, avistou um tubarão, ele está dando umas incertezas (volta). A recomendação é você ir para o fundo. Quando eu vou para o baixo e o tubarão fica em cima, daqui ele já passou a ser caça, então ele vai se afastar. Nunca ficar de boqueira na superfície".
De acordo com o mergulhador, o ataque pode vir em decorrência de uma confusão entre presa e predador. "Os tubarões confudem muito mergulhadores e surfistas. E quando a gente está no mar, a gente fica parecendo uma tartaruga, uma foca, que são os animais que eles gostam de comer. E humano não faz parte da cadeia alimentar dos tubarões. Se você observar nenhum tubarão come humano. O que acontece é que o tubarão, ele tem a boca para poder ver o que é. Se eu quiser pegar, eu pego com a mão, tubarão ele vê o que é, morde e solta. As pessoas morrem pela mordida".
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